Do papel ao tablet, digitalizar é o caminho
Num mundo onde tudo está mais digitalizado do que nunca, até os veículos onde nos deslocamos dispõem de cada vez mais tecnologia. Por isso, também as oficinas são “obrigadas” a digitalizar-se. Hoje, enquanto consumidores, queremos tudo à distância de um clique. E a realidade é pródiga em exemplos deste género. Cada vez mais, as organizações caminham para se tornarem numa Oficina 4.0, até porque, nas palavras de Cristina Cardoso, da Alidata, “a transformação digital das oficinas não é o futuro, é o agora. É uma necessidade atual e imediata”. Chegámos ao futuro e cada vez mais procuramos o “facilitismo” que a tecnologia nos oferece. Principalmente, enquanto profissionais, as oficinas não são exceção. E é, aqui, que empresas como a Alidata, a Guisoft, a Inforap, a Infortrónica, a Solera/Audatex e a s4yb encontraram a sua vocação, facilitando o trabalho das oficinas e permitindo dar aos clientes uma nova experiência de manutenção e reparação do seu veículo.
DIGITALIZAR A EXPERIÊNCIA
As empresas de que falamos trazem para as oficinas diversas soluções de digitalização. A partir do momento em que o cliente pede o orçamento até que o veículo sai da oficina, é possível digitalizar o processo. Quantos de nós recebemos mensagens da nossa oficina habitual indicando a data de revisão do veículo? Seguramente, muitos. E porquê? Pelos diferentes tipos de software que empresas especialistas oferecem. Estruturas como a Alidata, a Guisoft e a Inforap oferecem aos seus clientes oficinais software de Receção Ativa e Gestão de Oficinas, o que faz com que o processo de receção do veículo seja feito de forma mais ágil, bastando colocar os dados do cliente e podendo, de forma automática, aceder ao histórico do veículo, uma vez que dispõem de sistemas que “unem” todas as áreas da oficina. Estes sistemas permitem ao profissional criar uma relação com o cliente, visto que disponibilizam a informação necessária para oferecer ao cliente o serviço certo, na altura correta. “O próprio software faz sugestões de operações, cria alertas e permite que qualquer oficina consiga receber uma viatura, identificar serviços a efetuar e apresentar um orçamento, com serviços ou material já identificados, em minutos”, explica Arlindo Gonçalves, da Guisoft. Aloísio Cruz, da Inforap, indica que “se as oficinas estiverem organizadas e dispuserem de sistemas de gestão que lhes permitam ter um controlo eficiente, o dia a dia será, com certeza, mais fácil, sendo o software de gestão uma ferramenta que permite fazer os registos integrados entre os diversos processos organizacionais e de gestão, evitando que se comentam redundâncias de trabalhos administrativos, o que se traduz num ganho de produtividade e controlo da gestão no geral”. Estes softwares surgem, essencialmente, da “crescente vontade de tornar as oficinas mais digitais, mais modernas e maus eficientes, com base na tecnologia. E são de grande importância para clientes que valorizam a transparência e a celeridade na comunicação com a oficina, procurado um serviço prestado com qualidade e confiança”, explica Cristina Cardoso, da Alidata.
À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE
Os veículos que entram nas oficinas são cada vez mais diferentes uns dos outros, o que faz com que os conhecimentos do profissional tenham de ser mais aprofundados sobre cada tema. No entanto, não é possível conhecer todos os pormenores técnicos de cada modelo de veículo. A pensar nesta situação, a Infortónica, a Solera/Audatex e a s4yb desenvolveram os seus softwares de forma a que o profissional consiga aceder, de forma rápida, aos dados técnicos dos veículos. A génese destes softwares assenta nas duas maiores bases de dados para automóveis: Autodata e TecDoc, dados técnicos e peças, respetivamente. Álvaro Oliveira, da Infortrónica, explica de que forma estes softwares facilitam o dia a dia doas oficinas: “O acesso à informação é mais rápido e a garante ter dados oficiais sem erros. Além de que têm o apoio do fornecedor para qualquer falta de conteúdos relevantes”. Alguns softwares disponibilizam não só, catálogos online, que as oficinas podem utilizar para encomendas s componentes necessários para o seu trabalho, como também, dados técnicos para a utilização dos próprios componentes. “Nas nossas solutions, é possível encontrar as peças do aftermarket de que necessitam e, também, podem saber como as aplicar com o acesso aos dados técnicos”, explica Luís Santos, da s4yb. Por outro lado, existem ainda softwares que integram numa plataforma única, com todos os processos associados a um processo de reparação mecânica e/ou de colisão. Desde a seguradora ao rent-a-car, gestora de frota ou outro. Tiago Firmino Ribeiro, da Solera/Audatex, explica que “através deste software, é realizado um pedido de reparação, feita a orçamentação, gerado um relatório de avaliação e feito o acompanhamento da mesma.”
OFICINA 4.0: HOJE OU AMANHÃ?
A opinião é unânime: a Oficina .0 já não é um conceito do futuro. Cada vez mais, é um conceito do presente. E as oficinas caminham a passos largos para a digitalização dos seus procedimentos. Tiago Firmino Ribeiro, explica que “antigamente, o software representava 20% e a gestão humana do processo 80%. Atualmente, se queremos dar resposta eficiente às exigências do mercado e estarmos alinhados rumo ao futuro, que é hoje, temos de inverter a lógica e tornar as soluções tecnológicas em 80% do processo.” A aposta nesta área de funcionamento das oficinas tem sido grande por parte das empresas que desenvolvem software. Até porque o próprio cliente alvo das oficinas está a mudar. Como afirma Luís Santos, “a nova geração ‘Y’, conhecidos por Millennials, são os clientes alvo para as oficinas. Esta geração está bem informada e é muito importante as oficinas conquistarem esta nova tipologia de clientes”. Já Álvaro Oliveira, da Infortrónica, sublinha que este conceito é mais antigo do que alguns possam pensar, uma vez que remonta a 2010. “Quando as marcas distribuidoras de conhecimento evoluíram as suas plataformas para a ‘nuvem’. Foi um processo de evolução linear, sem ‘dor’, levado a cabo pela permanente evolução tecnológica dos veículos e equipamentos, bem como pela crescente necessidade de mais e melhor informação e em tempo útil”. As mudanças nas oficinas que aderem a este conceito são significativas, fáceis de identificar e, claro, trazem benefícios para os profissionais. Cristina Cardoso, da Alidata, específica: “As tarefas são uniformizadas, o atendimento é automatizado, o stock está sempre atualizado, o cliente é atendido de forma mais célere, o histórico de interações está sempre disponível, os prazos são mais respeitados, os custos são mais controlados e otimizados. Por isso, a Oficina 4.0 entrega inúmeros benefícios”. Aloísio Cruz, da Inforap, vai mais longe: “Este conceito pressupõe a digitalização (total) de processos, tendo em conta a conectividade que o automóvel trará no futuro. Vai desde diagnósticos online, passando pelos processos de reparação, que poderão ser à distância, até todo o processo administrativo e de relação e comunicação com o cliente”. “A base da Oficina 4.0 será a conectividade e a relação com o cliente. Conectividade dentro da oficina entre os sistemas, bem como entre o veículo e os seus sistemas. E como cliente, por via da comunicação e da interação, através da própria viatura e das suas necessidades de serviço”, conclui Arlindo Gonçalves, da Guisoft.